segunda-feira, 3 de junho de 2013

Explicar o inexplicável


As más notícias são inevitáveis. Não há que esconder. Até porque as crianças têm que aprender a lidar com a tristeza e a frustração desde cedo.  E elas, melhor que ninguém, sabem como o fazer.

Um jovem de 20 anos irrompeu por uma escola primária no Connecticut  e matou 27 pessoas, entre as quais 20 crianças. As imagens, chocantes, fizeram a abertura dos telejornais naquele dia. A pequena Carolina, sete anos anos, que naquela altura passava frente ao ecrã do televisor, virou a cabeça e, de rosto transtornado e olhos esbugalhados, gritou: “Mãe, o que é isto???”. A mãe, também ela transtornada com o que acabara de ver, hesitou na resposta e acabou por improvisar uma explicação atabalhoada.  


O massacre de Newton, a mãe de Alenquer que matou dois filhos, o pitbull que atacou o bebé… ou ainda o fim do mundo, as vítimas da crise, a violência doméstica, o divórcio dos pai, a morte do avô…. Os acontecimentos dramáticos ou, no mínimo, “inexplicáveis” para os mais novos são, cada vez mais, visíveis e, também por isso, incontornáveis. Por muito que tentemos proteger os nossos filhos de desgraças e fatalidades, as notícias invadem-nos, de chofre, através de um ecrã de televisão, de uma capa de revista ou de uma conversa na fila do supermercado. E, de tão cruéis e incompreensíveis (sobretudo para crianças de tenra idade), podem ter consequências imprevisíveis. Por isso, o melhor é explicar. Como? Não há receitas, mas exige-se algum cuidado e muita sensibilidade. 


Fonte: Pais & Filhos

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