As más notícias são inevitáveis. Não há que esconder. Até
porque as crianças têm que aprender a lidar com a tristeza e a frustração desde
cedo. E elas, melhor que ninguém, sabem
como o fazer.
Um jovem de 20 anos irrompeu por uma escola primária no
Connecticut e matou 27 pessoas, entre as
quais 20 crianças. As imagens, chocantes, fizeram a abertura dos telejornais
naquele dia. A pequena Carolina, sete anos anos, que naquela altura passava
frente ao ecrã do televisor, virou a cabeça e, de rosto transtornado e olhos
esbugalhados, gritou: “Mãe, o que é isto???”. A mãe, também ela transtornada
com o que acabara de ver, hesitou na resposta e acabou por improvisar uma
explicação atabalhoada.
O massacre de Newton, a mãe de Alenquer que matou dois
filhos, o pitbull que atacou o bebé… ou ainda o fim do mundo, as vítimas da
crise, a violência doméstica, o divórcio dos pai, a morte do avô…. Os
acontecimentos dramáticos ou, no mínimo, “inexplicáveis” para os mais novos são,
cada vez mais, visíveis e, também por isso, incontornáveis. Por muito que
tentemos proteger os nossos filhos de desgraças e fatalidades, as notícias invadem-nos,
de chofre, através de um ecrã de televisão, de uma capa de revista ou de uma conversa
na fila do supermercado. E, de tão cruéis e incompreensíveis (sobretudo para
crianças de tenra idade), podem ter consequências imprevisíveis. Por isso, o
melhor é explicar. Como? Não há receitas, mas exige-se algum cuidado e muita
sensibilidade.
Fonte: Pais & Filhos
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