sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A ANSIEDADE INFANTIL


Nenhuma criança nasce ansiosa, á excepção de existir uma predisposição genética para tal….A ansiedade sem o referido factor genético aprende-se nas pequeninas coisas do dia a dia. Muitas vezes, de forma completamente inconsciente acabamos por ser nós, pais, a impulsionar o conhecimento desse sentir.

Tenho dito muitas vezes e repito…Os pais são os exemplos, os espelhos da criança…se em casa lhes mostrarmos que nos preocupamos demasiado com algo, nos “stressamos “ demasiado com algo, eles vão aprender a fazê-lo também!

Não quer dizer que a ansiedade seja sempre um sentir mau…até certo ponto, ela até é benéfica no sentido em que impele a criança a ter uma maior responsabilidade e iniciativa para que as coisas corram bem…a ansiedade alerta para situações de perigo, coloca a criança em estado de alerta, garantindo-lhe assim uma maior segurança…o problema é quando essa ansiedade é excessiva e é ai que a coisa se complica,

No exemplo (neste como em todos) que damos à criança devemos sempre tentar encontrar um meio termo…ou seja, é importante a criança perceber que a ansiedade existe e que, por vezes é normal sentirmo-nos mais ansiosos…Mas é importante ela perceber também que, à partida, tudo se resolve e que é necessário acreditarmos em nós e “desbloquear”.

O truque está então em tentarmos dar exemplos que potencializam uma “meia ansiedade” ou seja, uma ansiedade saudável!

DEIXO-VOS ALGUMAS SUGESTÕES:
Estamos em altura de preparação para as provas de 4º, 6º e 9º….Tente fazer o seu filho perceber que é importante estudar mas, não dê grande “alarito” às provas em si…Ajude a criança a entende-las como outro teste qualquer…e, como para qualquer teste, o estudo, ou melhor, o método de estudo é importante!

Levar uma criança a estudar exaustivamente ou massacra-la com explicações diárias a seguir à escola de nada adiante se a criança não estivera utilizar um método de e estudo adequado…o seu método. Para isso, é importante perceber coisas importantes como, por exemplo, se a criança memoriza melhor o estímulo visual o estimulo auditivo. É fundamental ajudar as crianças a desenvolverem estratégias de métodos de estudo, tais como preparar os testes com antecedência, distribuindo as matérias pelos dias que antecedem a sua realização. O dia anterior deve ser apenas destinado à revisão geral, através da leitura dos sublinhados, esquemas e resumos feitos nas sessões de estudo anteriores. Estudar a matéria toda na véspera do teste apenas serve para aumentar o cansaço e o nervosismo e reduzir a capacidade de raciocínio para responder ao teste. Dê no entanto, espaço ao seu filho para que seja ele a descobrir a SUA maneira de fazer estas importantes tarefas no estudo…Cada ser é diferente e único e o método de estudo que é eficaz para si pode não ser eficaz para o seu filho…ensine-lhe as bases mas dê-lhe autonomia para as desenvolver à sua maneira!

Se a criança não percebe à primeira as bases importantes para estudar, esteja disponível explique mas, não faça por ela…ESPAÇO é a palavra chave para desenvolver autonomia, auto estima e , logo, um maior sucesso académico.

Um outro factor que aparece relacionada com a ansiedade antes de um teste é a baixa auto confiança…Desde cedo comece a trabalhar este conceito com o seu filho, incutindo-lhe a mensagem de que é capaz, este mais facilmente irá ter confiança em si mesmo e desenvolverá expectativas positivas face à sua capacidade de resolver problemas. Este processo implica que os pais dêem progressivamente cada vez mais autonomia à criança. Se existir sempre um adulto (pais, explicadores) na retaguarda para resolver todos os problemas da criança, nomeadamente no que se refere a questões académicas, mais dificilmente esta desenvolverá confiança na sua capacidade de ultrapassar as dificuldades sozinha.

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
Hospital Particular de Alvor


Fonte: Um olhar sobre as crianças 

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